Quando ainda bem criança, num catecismo mais antigo, dentre muitas lições decoradas já aprendia a afirmar: “Sim, sou católico pela graça de Deus”. Maneira simples de catequizar era aquela, masque tinha um poder de gravar em nossos sentimentos um profundo amor por Jesus Cristo e a Sua Igreja. E que orgulho (no bom sentido) sentíamos, quando participávamos das Missas com os nossos pais. Ser coroinha (“sacristão”, dizia-se naquele tempo), quanta satisfação nos causava. Poucos movimentos e pastorais, destacando-se a Congregação Mariana, as Filhas de Maria, e o Apostolado da Oração. Parecia até que se seguia uma carreira religiosa: os moços e adultos, Marianos, as moças, Filhas de Maria, e os já adultos, do Apostolado. E desde logo as crianças também aprendiam a admirar os nossos bispos e padres sentindo o despertar da vocação sacerdotal. E tudo caminhava muito bem. Todos, com raríssimas exceções eram fieis à Igreja e faziam questão de pertencer ou auxiliar nos trabalhos da Igreja, ajudar nas festas,com grande parte dos fiéis fazendo caminhadas de quilômetros à pé para chegar no horário certo para a Missa ou até mesmo para a fila da confissão. Mudar de religião? Deus me livre!
Hoje a didática da catequese mudou procurando adequar-se aos tempos atuais e à modernidade dos jovens, mas sempre sem perder o intuito de fazer com que desde crianças, aprendam a responder: “Sim, sou católico pela graça de Deus”. Ampliaram-se as pastorais e movimentos. A Igreja nos chama a um novo ardor missionário e a uma maneira nova de evangelizar.
Mas será que estamos chegando aos ideais que a Igreja espera de nós? Será que muitos desvios religiosos não serão conseqüências de nossas próprias atitudes por omissões voluntárias ou não?
Encontrei num catecismo, edição de 1986algumas perguntas e respostas interessantes: “Que é a Igreja? Igreja é a grande família dos filhos de Deus”. “Qual é a casa dos filhos de Deus? A casa dos filhos de Deus é a Igreja”. “Onde é que a família de Deus se reúne? A família de Deus se reúne na Missa”. E assim continua o antigo e pequeno catecismo ensinando também sobre Jesus, Maria, a Salvação, os Mandamentos, os Sacramentos e outros temas básicos para os primeiros passos do cristão.
Bom número de católicos (sem generalizar, portanto) estará levando a serio a Igreja e fazendo da sua catolicidade um ideal de vida?
Um exame de consciência ajudará a refletir questões como estas: estarão gostando com sinceridade de participar da Santa Missa e cumprindo o preceito dominical?E as confissões, estarão sendo feitas com freqüência? A Comunhão Eucarística estará sendo feita com dignidade e merecimento? E os Mandamentos da Lei de Deus e da Igreja?Os casais comparecem à Igreja com seus filhos? A perseverança dos jovens após a catequese? O casamento na Igreja? E o interesse pelas vocações sacerdotais, diaconais e religiosas? Ama-se Jesus com todas as forças do coração?
A ultima pergunta acima, se positiva a resposta, supriria todas as possíveis falhas nossas.
O Catecismo da Igreja Católica também expressa muito bem sobre o significado da Igreja no § 1186: “Finalmente, a igreja tem um significado escatológico. Para entrar na casa de Deus, é preciso atravessar um limiar, símbolo da passagem do mundo ferido pelo pecado para o mundo da vida nova ao qual todos os homens são chamados. A igreja visível simboliza a casa paterna para a qual o povo de Deus está a caminho e na qual o Pai “enxugará toda lagrima de seus olhos” (Ap 21,4). Por isso, a igreja também é a casa de todos os filhos de Deus, amplamente aberta e acolhedora”.
Pertencer a uma comunidade religiosa implica no dever de fidelidade às suas regras doutrinarias. A ninguém é permitido dentro dela criar uma religiãozinha particular para fazer o que aprazerá, inclusive indo contra os Sacramentos e Mandamentos.
Portanto, o ideal cristão chama o católico a uma vivência de Igreja mais intensa e espera que mais do que manifestações e práticas externas apenas, tenha uma atitude firme e coerente coma proposta de Jesus da qual a Igreja é porta-voz orientada pelo Espírito Santo.
Cá entre nós, católicos, todos precisamos, espelhando-nos nos grandes teólogos e santos ou nos pequenos mas grandes humildes homens de fé, cada vez mais gostar da Igreja e confiar nela, dedicando maior empenho e assumindo a nossa responsabilidade e compromisso de autênticos cristãos católicos, e assim fortaleceremos a nossa fé e evitaremos o desprazer da separação (Rm 16,17).
Com efeito, não me envergonho do Evangelho, pois ele é uma força vinda de Deus para a salvação de todo o que crê, ao judeu em primeiro lugar e depois ao grego (Rm 16,17)
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