Prosseguindo, quero esclarecer sobre a denominação que utilizarei para me referir a outras Igrejas que se separaram do Catolicismo com a Reforma Protestante e pós-reforma.
A
primeira denominação dada aos participantes do movimento de protesto contra a
Igreja Católica foi “PROTESTANTES”,
como
eram conhecidos. Com a multiplicação dessas religiões e seitas, em razão do modus vivendi de
seus seguidores passaram a ser conhecidos também por “CRENTES”
e “EVANGÉLICOS”,
indistintamente
a todas as denominações
protestantes.
.
“Crente” é o que crê; persuadido, convencido, a pessoa que professa uma religião, e “evangélico” é relativo ao Evangelho, isto é, a pessoa que segue o Evangelho. Como os católicos crêem e seguem o Evangelho, também são crentes e evangélicos e para que não ocorram confusões, manterei a identidade originária e principal de PROTESTANTES ao me referir aos mesmos aplicando o nome da religião ou seita, quando for o caso.
Afinal, mesmo que as novas Igrejas não tenham participado diretamente da Reforma já que ainda não existiam, ao saírem do Catolicismo e optarem pelo segmento protestante filiaram-se ao Protestantismo, e como se sabe, “filho de peixe, peixinho é”. Além do mais, continuam até hoje protestando contra a Igreja Católica.
Justifica-se esse cuidado também pelo fato de que muitas vezes a palavra “crente” é colocada ou falada impropriamente proporcionando dupla interpretação.
Tenho ouvido alguns pregadores protestantes fazerem alusão à palavra “crente” nas explicações bíblicas, dando ênfase com o propósito de impressionar os ouvintes como se alguns textos fossem dirigidos a eles, particularmente, na condição de congregados das Igrejas “crentes” como denominação religiosa. Já ouvi, por exemplo, dizerem: “Jesus falou aos “crentes”..., “Paulo falou aos “crentes...”, “Lá estavam os “crentes...”.
Primeiro, na Bíblia protestante a palavra “crente” ou “crentes” é encontrada apenas doze vezes no Novo Testamento. Entretanto, “crente” não é a tradução adequada nem aparece na Bíblia católica.
Mesmo assim, na Bíblia protestante a palavra “crente” vem com uma conotação que generaliza o seu significado, isto é, referindo-se aos ouvintes como sendo aqueles que acreditam ou crêem, o que estaria correto. No entanto, pelo sentido que querem dar, é como se estivessem os versículos dirigidos à Igreja ou Religião dos Crentes protestantes, o que está errado e representa uma armadilha gramatical porque leva a uma falsa compreensão quanto aos destinatários da mensagem.
[1] Dicionário http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx
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