Realmente, se o movimento protestante foi único, por questão de coerência deveria ter se mantido único até hoje.
Percebemos como os protestantes disputam entre si a sobrevivência da sua denominação, mas todos se aliam entre si quando se trata de investir contra a Igreja Católica. Um pecado grave porque denegrindo o Catolicismo é a estrutura de Jesus Cristo que estão tentando abalar.
Por que não se reúnem numa só Igreja protestante, com unica denominação? ...
A ramificação ocorrida posteriormente à primeira igreja protestante revela a sua inconsistência e divergência doutrinária entre seus próprios adeptos e uma conseqüência da falta de liderança central. O provérbio ‘Cada um por si e Deus por todos” não cabe aqui porque Deus não pensa assim, pois o desejo de Jesus é “Para que todos sejam um” (Jo 17, 11.21-22).
Vimos que com a Reforma surgiu a Igreja Protestante, em seguida chamada de Igreja Evangélica Luterana[1], na Alemanha.
No site CPTN a Sociedade Missionária "Cristo Para Todas as Nações", antes denominada de Hora Luterana - A Voz da Cruz, indica tratar-se de uma entidade filantrópica legalmente registrada perante as leis brasileiras e uma organização auxiliar da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB). Essa organização diz a respeito de Lutero: “que Lutero não foi o fundador de uma nova religião. Ele jamais pensou em desvincular-se da Igreja Católica Romana e fundar uma nova igreja. Muito menos imaginou que um dia houvesse uma "igreja luterana", isto é, uma igreja que levasse o seu nome. Sua intenção foi apenas uma: reformar o que estava mal, o que havia sido distorcido no decorrer dos séculos e voltar às origens, para que houvesse uma única, verdadeira e autêntica Igreja de Jesus Cristo”[2].
Para Lutero a Bíblia é a única norma e fonte na igreja para doutrina ou praxe, e sua idéia era o livre-exame e liberdade a “todo homem para interpretar a Bíblia segundo a sua própria consciência, emancipando-se no plano da ideologia religiosa”[3] . Criou, assim, o grande dilema jamais imaginado por ele: a multiplicação das religiões protestantes, rumo que não desejava.
No momento em que facultou aos seus seguidores o livre-exame e liberdade para interpretar a Bíblia segundo a consciência de cada um, pessoas ou grupos que interpretaram a Sagrada Escritura de forma diferente acabavam formando outras religiões ou seitas, afastando-se cada vez mais do Cristianismo primitivo e das próprias idéias de Lutero que também foram sendo deturpadas.
Contemporâneos a Lutero surgiram os calvinistas da religião fundada por João Calvino, na Suíça, em 1536 ou 1541, os anglicanos surgidos com Henrique VIII Rei da Inglaterra, em 1534, etc. dividindo-se e multiplicando-se em inúmeras religiões e seitas protestantes como, por exemplo, a Metodista iniciada por John Wesley no século XVIII, pelo ano de 1784 até as mais recentes como Deus é Amor, criada no Brasil em 1962 pelo missionário David Miranda, a Igreja Universal do Reino de Deus fundada por Edir Macedo no Brasil no ano de 1977.
Essas divisões muito envergonham o Cristianismo visto que desprezam o propósito de Jesus Cristo: “e haverá um só rebanho e um só pastor” (Jo 10,16), que aos responsáveis adverte: “Quem não está comigo, está contra mim; quem não recolhe comigo, espalha”. (Lc 11,23).
Que ninguém imagine aplicar às religiões o relativismo, porque o Cristianismo é absoluto. Não existem duas verdades, dois caminhos, dois Senhores. ”Eu sou o Senhor teu Deus, desde a saída do Egito. Não conheces outro Deus fora de mim, não há outro Salvador senão eu”. (Oséias 13,4). ”Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14,6), disse Jesus.
Igualmente ninguém deve desconsiderar as diferentes religiões e seitas cristãs sob o argumento de que “Deus é o mesmo”, ou porque adoram o mesmo Jesus, nem sempre com sinceridade, reconheçamos. Isto não basta. Não esqueçamos que “Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus”. (Mt 7,21).
Ora, se Jesus fundou uma única Igreja, foi por vontade do Pai. Maria é mãe de Jesus, por vontade do Pai. Os Sacramentos existem, por vontade do Pai. Os santos já estão no céu, por vontade do Pai. Jesus é o Salvador, por vontade do Pai.Tudo o que Jesus fez e ensinou, foi por vontade do Pai. A Missa sendo memória da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo é por vontade do Pai.
Contudo, os protestantes não aceitam Maria, não acreditam na Eucaristia, não reconhecem os Santos, não são sucessores dos Apóstolos, não reconhecem o Papa, não aceitam o Batismo de crianças, os seus ministros (pastores) não são ordenados, não reconhecem o valor da oração pelas almas, não possuem Sacramentos, não reconhecem a intercessão de Maria e dos demais Santos (mas curiosamente apresentam-se como intercessores), não possuem tradição apostólica, não possuem o Magistério da Igreja e tantas outras coisas.
Fica aqui o questionamento: Embora sejamos todos cristãos e irmãos, somos ou não diferentes? Estarão eles fazendo realmente a vontade do Pai, apesar das suas boas intenções?
E nessa disputa religiosa cristã onde o alvo principal são os católicos, exige uma avaliação crítica. Podemos até apelidar de um tipo de “guerra religiosa” a ação dos protestantes já que dizem que estão agindo em nome de Deus, de cuja Igreja atacada Jesus é seu chefe e seu corpo (Ef 5,23). Há, portanto, de certa forma, uma profanação da verdadeira Igreja de Jesus com o desvirtuamento da verdade.
Se não concordamos com a ploriferação de religiões e sustentamos por dever evangélico a legitimidade da Igreja Católica, não podemos deixar de registrar que felizmente, aqui no Brasil, aprendemos a respeitar as diferentes denominações e crenças cristãs e não-cristãs e, principalmente, o bom relacionamento de amizade que mantemos com todos os seus membros, com destaque para as que fazem parte do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil – CONIC junto com a Igreja Católica Apostólica Romana - ICAR:
Mas, respeitar ou conviver com as deferentes religiões não significa concordar com elas ou cometer o pecado da omissão silenciando sobre a verdade evangélica.
Acredito, até, que se as igrejas protestantes tivessem permanecidas somente as mesmas contemporâneas a Reforma, o retorno à unidade da Igreja Católica já teria acontecido.
“Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21)
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