sexta-feira, 20 de maio de 2011

AS IMAGENS

       Esse “blá blá blá”  sobre a adoração de imagem aplicado contra os Católicos já devia ter sumido das acusações entre cristãos. Século 21. 2000 anos depois de Cristo. Avanços extraordinários da ciência, da cultura, da tecnologia, da religião e tantos outros conhecimentos humanos que não se pode mais imaginar a conservação de tão falso argumento dentro das Igrejas Protestantes – adoração de imagem -  como pretexto para conseguir “católicos” para as suas congregações. É subestimar a inteligência dos outros.  
Mesmo assim, e como “não se pode tapar o sol com a peneira” pois as acusações estão por aí, e como para muitos fracos ainda funciona o provérbio “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, vamos continuar esclarecendo.
Imagem e Ídolo[1]. [2]
Primeiramente, imagem não é o mesmo que ídolo.
Chama-se imagema representação, reprodução ou imitação da forma de uma pessoa ou objeto”; ídolo “é  uma imagem falsa, um simulacro a que se atribui vida própria” ou em sentido figurado “Pessoa a quem se tributa respeito ou afeto excessivo”.
Segundo os dicionários, Idolatria é adoração dos ídolos; ação de prestar a certas entidades as honras próprias da divindade; amor, dedicação excessiva; adoração cega. Para as Igrejas protestantes, imagem ou ídolo são, “uma representação da divindade, de que se faz objeto de culto, usurpando essa imagem o lugar de Deus, e recebendo a adoração ou o culto que só a Ele é devido”. Nem sempre é assim! Imagem ou um ídolo não significa necessariamente ter a intenção de usurpar o lugar de Deus. Daí porque a acusação que protestantes fazem contra a Igreja Católica não tem nenhum fundamento.

Pelé, por exemplo, é um ídolo do futebol e nem por isso é uma divindade ou motivo de culto. A taça de campeão ostentada por ele e tantos outros desportistas seria idolatria? E a bandeira nacional, as imagens ou esculturas das praças públicas? A imagem no dinheiro carregada no bolso? As imagens da televisão, das fotografias, das revistas, da natureza, dos álbuns de família, a carteira de trabalho a cédula de identidade com fotos, todas bem aceitas pelos protestantes, não seriam idolatrias se considerarmos ao pé da letra o livro do Êxodo 20, 2-5:  “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da escravidão. Não terás outro Deus diante de mim. Não farás para ti escultura, nem imagem alguma daquilo que existe no alto do céu, ou embaixo na terra, ou daquilo que existe debaixo da terra, nas águas”?

Você já pensou que a Bíblia também é uma imagem? Não de barro, mas de papel. Não uma figura, mas composta de letras que são sinais gráficos, símbolos que formam palavras e idéias; uma imagem, portanto!  E a Bíblia não ensina que Cristo é a imagem visível do Deus invisível? (Gn 1,26s; 1Cor 11,7; Sb 7,6; 2Cor 4,1-6; Cl 1,15); Que o cristão é a imagem de Deus? (2Cor 3,18; Cl 3,1-11; Rm 8,29; 1Cor 15,49); que o homem e a mulher são imagens de Deus? (Gn 1,26s; 9,6; 5,1; 1Cor 11,7; Tg 3,9).
Diz o ditado popular: “O pior cego é o que não quer ver”.
 As imagens usadas pelos Católicos nunca foram objetos de adoração. Apenas servem como lembranças, recordações de alguém que, durante a sua vida deu testemunho exemplar de vida cristã como, por exemplo, Nossa Senhora, os evangelistas São Mateus, São Lucas, São Jo, São Marcos, e ainda São Paulo, Santo Antonio, etc. etc. inclusive do próprio Jesus Cristo. E às vezes como lembrança de um objeto venerável como a Cruz. 

É preciso, portanto, entender o verdadeiro significado da imagem. Afinal, Deus não a proibiu, a não ser fazer dela um Deus ou outro Deus (veja Ex 20,2-5).

Quer ver?
No livro de Josué: "Então, Josué rasgou as suas vestes e se prostrou em terra sobre o rosto perante a arca do SENHOR até à tarde, ele e os anciãos de Israel; e deitaram pó sobre a cabeça." (Js 7, 6). Terão sido idólatras Josué e os anciãos de Israel? Não!
Foi Deus ainda que ordenou a Moisés levantar uma "serpente" de metal (Nm 21, 8) e todos os que olhassem para ela seriam curados. Idolatria? Não!
O poste com serpente foi útil por vontade de Deus para a cura e temos provas de como esse culto era já uma pré-figura do culto a Deus nas palavras de S. Jo, que diz que tal "serpente" era o símbolo do Cristo crucificado: "Bem como ergueu Moisés a serpente no deserto, assim cumpre que seja levantado o Filho do Homem" (Jo 3, 14).
Por acaso caíram também Moisés e S. Jo, e até o Espírito Santo (autor da Sagrada Escritura) em crime de idolatria? É claro que não.
Deus ao proibir fazer imagens, teve por intenção evitar abusos e que as imagens fossem feitas para substituir Deus ou para criar um novo Deus, como no caso do bezerro de ouro.
Portanto, o proibido era fazer imagem para ser adorada como Deus e não simplesmente fazê-la, aliás, conforme Deus até mandou.
 “O mesmo Deus, no mesmo livro do Êxodo em que proíbe que sejam feitas imagens, manda Moisés fazer dois querubins de ouro e colocá-los por cima da Arca da Aliança (Ex 25, 18-20). Manda-lhe, também, fazer uma serpente de bronze e colocá-la por cima duma haste, para curar os mordidos pelas serpentes venenosas (Num 21, 8-9). Manda, ainda, a Salomão enfeitar o templo de Jerusalém com imagens de querubins, palmas, flores, bois e leões (I Reis 6, 23-35 e 7, 29)”.
 “Ora, se Deus manda fazer imagens em várias passagens das Sagradas Escrituras (Ex 25, 17-22; 1Rs 6, 23-28; 1 Rs 6, 29s; Nm 21, 4-9; 1Rs 7, 23-26; 1 Rs 7, 28s; etc) e proíbe que se façam imagens em outra, de duas uma, ou Deus é contraditório ou fazer imagens não é idolatria!”
 “Portanto, fica claro que o erro não está nas imagens, mas no tipo de culto que se presta a elas”.
“A idolatria consistiria em achar que a divindade está em uma estátua, por exemplo. Ou seja, teríamos que colocar alimentos para as imagens, como faziam os romanos, os egípcios e os demais povos idólatras. Teríamos que achar que Deus e o Santo são a mesma pessoa”.
“Nunca se ouviu algum católico defendendo que o Santo era Deus! Mesmo porque isso seria cair em um panteísmo (defendido por Calvino e Lutero em algumas de suas obras). Para se dizer que os católicos adoram os Santos, eles teriam que dizer que S. Benedito, por exemplo, não é S. Benedito, mas Deus”.
 Quando um católico olha, por exemplo, para a imagem de Santo Antonio, não afirma que a estátua é Santo Antônio, ou para a imagem de Nossa Senhora, não afirma que a imagem é Nossa Senhora, mas lembra de uma forma fácil do Santo Antônio e de Nossa Senhora que estão no Céu. Não adora as imagens, mas venera a santidade de quem as imagens representam.
Logo, não existe de parte dos católicos nenhuma idolatria.
“Alguns protestantes argumentam que só é possível fazer imagens quando Deus expressamente permite. Pergunta-se: onde está essa norma na Bíblia? É uma contradição dos protestantes, pois tudo para eles está na Bíblia, todavia, para condenar os católicos, não é necessária a Bíblia”.
Aliás, nas catacumbas dos primeiros cristãos encontram-se, em toda parte, imagens e estátuas da Virgem Maria; prova de que tal culto existia no tempo dos Apóstolos e foi por eles praticado, ensinado e transmitido à posteridade. Uma das imagens de Nossa Senhora, segundo a tradição, foi pintada pelo próprio S. Lucas e está na catedral de Loreto, exposta à veneração dos fiéis. Teria São Lucas sido idólatra? Claro que não!
Lutero falou sobre as imagens:

“No tocante às imagens, Lutero não as proibia; afirmava que as proibições feitas no Antigo Testamento não afetavam os Cristãos ( Edição Weimar, tomo 7 pg 440-445). Considerava as imagens como a Bíblia dos pobres e iletrados”.[3]
De fato, até bem pouco tempo e mesmo hoje, em lugares distantes e retirados onde se encontram pessoas bem simples e analfabetas, as imagens, estampas e outros desenhos auxiliam na catequese e na compreensão do Evangelho. Os  quadros da via-sacra, por exemplo, ensinam pelas figuras a paixão e morte de Jesus Cristo e a sua ressurreição.
Ademais, quem adora não nega. Sendo assim, ao se negar a acusação implicitamente está negada a adoração de imagem. Isto me faz lembrar o seguinte:
Certa vez encontrei um amigo na minha cidade de Morretes (omito o nome propositadamente) e que havia “desaparecido” da Igreja. Perguntei-lhe por que e ele respondeu: “Mudei de religião. Agora sou crente”. Perguntei novamente por que e ele respondeu: “Porque os católicos adoram imagens”. Perguntei ainda, se ele, católico por mais de trinta anos, alguma vez adorou imagem, e ele prontamente respondeu: “NUNCA!”. Dá para entender? Pura ignorância religiosa dele e de quem o convenceu mudar de religião.  

"Como o arco-iris que aparece nas nuvens em dias de chuva,
assim era o resplendor que a envolvia. 
Era esta visão a imagem da glória do Senhor". (Ez 1,28)



1] http://www.bibliaonline.net/scripts/biblia.cgi
[2] http://www.lepanto.com.br/ApImag.html - Frente Universitária Lepranto

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