E foi assim que começou a se formar o grande rebanho de Cristo, primeiro através Dele e depois dos seus Apóstolos e da sua Igreja.
Jesus é a porta das ovelhas (Jo 10,7) colocando-se sempre à sua frente (Jo 10,4) conduzindo-as com segurança. E quer mantê-las no mesmo redil ensinando que quando uma delas se afasta, deve-se ir atrás para manter unido e único o rebanho (Jo 10,16; Lc 15,4).
O rebanho somos nós. Jesus Cristo é o bom pastor que dirige o seu redil que é a Igreja.
Significa que não podemos pensar somente em levar o anúncio da Boa Nova “lá longe” aos que ainda não conhecem Jesus, mas também e principalmente aos que se encontram ao nosso redor. Até mesmo às nossas famílias e porque não aos católicos retirantes e os já afastados.
Precisamos entender que o respeito que devemos ter para com os nossos irmãos separados, - respondam ou não pelo pecado da separação -, não pode dispensar esforços pelo retorno à unidade das Igrejas Cristãs numa só.
Em pronunciamento do Papa João Paulo II aos Bispos do Brasil, em visita ad límina, em 05/09/95, no Vaticano, disse: “Certamente a expansão das seitas ‘constitui uma ameaça para a Igreja Católica...’(RM,50); “É notória a intenção, por vezes virulenta, destas seitas de minar as bases da fé do povo, de modo especial no que diz respeito ao culto do Mistério Eucarístico e da Santíssima Virgem, à estrutura hierárquica da Igreja e ao primado de Pedro, que perdura no pastoreio universal do Bispo de Roma, e às expressões de piedade popular”.[1] (grifei)
Diz ainda, o Papa João Paulo II: “A evangelização a que a Igreja está sendo chamada neste final de milênio deve ser, como tantas vezes tenho repetido, nova em seu ardor, seus métodos e sua expressão”.[2]
E preocupado com a missão evangelizadora e o dever de reunir o Povo de Deus afastado, observa o Papa: “Não estaria havendo uma certa acomodação deixando de ir em busca das ovelhas que estão afastadas? Ao contrário da parábola evangélica, não é uma e outra que está tresmalhada, mas é uma parte do rebanho”.[3] (grifei).
Não podemos tapar o sol com a peneira. De fato estamos passando por uma fase diferente no comportamento dos católicos. As pessoas estão mudando de religião sem nenhuma responsabilidade moral ou cristã pelos motivos mais banais possíveis. Muitos abandonam a Igreja Católica porque bebiam até embriagarem-se ou eram viciados em outras drogas, ou porque havia agressão física entre cônjuges, ou porque o marido ou esposa praticava infidelidades conjugais, ou porque estavam pobres e desempregados e ouviram falar no “da prosperidade”, isto é, promessa de emprego e riqueza, ou porque seus namorados não eram católicos. Esses e alguns outros de somenos importância têm sido os motivos mais comuns, não se descartando aqueles que foram, de alguma forma, excluídos da Igreja por impertinência de dirigentes. Mas nunca ouvi alguém transmutante (embora possa existir), hoje em dia dizer que saiu da Igreja Católica convencido porque teve a iniciativa de fazer um estudo bíblico profundo, ou teológico, ou histórico, casos em que até seria compreensível.
São fraquezas de fé das quais se aproveitam os falsos profetas, como lobos disfarçados de ovelhas (Mt 7,15), facilitados ainda por um certo modismo nessas mudanças.
O que estará faltando? O Papa João Paulo II responde em parte: está faltando novo ardor missionário e descobrir novos métodos e expressão nas nossas celebrações e relacionamentos missionários.
É necessário que cada um complemente o que está faltando: os leigos de uma forma geral que sejam mais féis e partícipes da vida da Igreja não apenas das Missas, mas também de pastorais e equipes de liturgia e outras, de encontros de formação, de retiros espirituais, de leituras bíblicas, informativos e documentos da Igreja Católica; que se leve a sério os Sacramentos, principalmente a Confissão auricular, a Eucaristia, e o Matrimônio; que os padres sejam verdadeiros pastores cuidando mais da parte espiritual deixando para os leigos ou Diáconos a administradores dos bens materiais; que os Diáconos sejam bem preparados e melhor aceitos pelo próprio clero; que saibamos ser acolhedores; que os jovens façam de seus grupos equipes comprometidas com Jesus e a Igreja e não apenas local de encontro de amigos.
E nas celebrações, que as Missas, cultos, casamentos, batizados sejam feitos com verdadeiro espírito evangélico com homilias bem preparadas e convincentes e com verdadeira liderança missionária que tornem o ato agradável e convidativo para que os destinatários da Palavra sintam-se estimulados a retornarem sempre. Ainda, que os presidentes dos atos litúrgicos, com criatividade e sem ferir a liturgia, saibam adequar ao que o Papa João Paulo II chamou de “Ardor”, “Método” e “Expressão” para que os fiéis manifestem alegria nos momentos próprios com seus gestos de louvores, e saibam se entregar ao recolhimento e meditação quando a cerimônia assim o exigir, sem se deixar cair nos extremos ou fanatismos.
Ainda com o Papa, não deixar dos atendimentos domiciliares visitando famílias e doentes, e buscando as ovelhas católicas omissas e as ovelhas afastadas que se encontram em outras religiões.
Tudo isso ajudará a encontrar caminhos para a evangelização e levar adiante a Missão da Igreja na condução do rebanho ao Bom Pastor. Enfim, abrir espaço para que o Espírito Santo haja em todos como aconteceu em Pentecostes.
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