sexta-feira, 20 de maio de 2011

A IGREJA VERDADEIRA

Jesus não veio a este mundo para inaugurar uma religião, mas para restaurar o que estava perdido pelo pecado e reunir o rebanho de Deus com a proposta de Salvação a todos.  A Igreja se compõe pelo agrupamento de pessoas (Mt 18,20), e a religião, uma contingência.
          Deus, ao criar, fez tudo sozinho, e viu que tudo era bom. E confiou aos homens a administração da sua criação, dando-lhes liberdade condicionada a não comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal (Gn 2,17).
          A desobediência desfez o elo entre Deus e os homens que apesar de tudo não os abandonou, e na pessoa do Filho encarnado e nascido de Maria, o Messias, habitou entre nós.

         O primeiro trabalho messiânico de Jesus foi reunir os Apóstolos, que foram preparados e colocados a seu serviço, numa evidência forte de que, se Deus, absolutamente só, criou o homem perfeito e santo, pedagogicamente quis que os próprios homens, causadores da destruição do seu plano, fossem envolvidos no seu projeto de conversão e de salvação.
          Passamos, aí, a compreender que Jesus e os homens formam uma unidade entre o Criador e as criaturas; que Deus não quis ser dominador, mas formador de uma espécie de sociedade com os homens: nós aqui, e Ele “lá” e aqui na pessoa de Jesus Cristo, restabelecendo o Plano de Salvação.
          Nessa sociedade humana os homens passaram a ter presenças importantes como as dos Apóstolos, discípulos e demais seguidores de Jesus, compondo-se a primeira comunidade cristã.
         E justamente para que essa nova comunidade pudesse ser bem orientada e não se dispersassem seus membros, Jesus organizou o que chamou de Igreja dentro do grupo por ele escolhido, ou seja, os Apóstolos sob a chefia de Pedro:
          “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus”. (Mt 16, 18-19).

“Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de Jo, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros (Jo 21,15-17).
         E ao dirigir-se aos discípulos (Apóstolos, no caso), confirma a todos: “Em verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra será também desligado no céu”. (Mt 18,18).
          Esse poder, evidentemente estendeu-se aos seus legítimos sucessores até hoje e para sempre, os Bispos, centralizados na pessoa do chefe da Igreja, mais tarde chamado de Papa, pois caso contrário a Igreja teria desaparecida com a morte dos Apóstolos. 
 Tudo o que a Igreja Católica ensina, o faz sustentada na promessa de Jesus, na Tradição Apostólica, na Bíblia e no Magistério da Igreja. São 2.000 anos de caminhada da Igreja. Por isso deve ser honrada em nome de Jesus. E quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou (Jo 5,23),
          São Pedro assim se referiu aos cristãos dessa Igreja: “Vós sois uma raça eleita, um sacerdócio real, uma nação santa, o povo de sua particular propriedade”(1Pd 2,9), e “Vós agora sois o povo de Deus” (1 Pd 2,10).   
   O primeiro registro da expressão Católica aplicada à Igreja é do início do segundo século, escrevia Santo Inácio, Bispo de Antioquia, muito anterior ao Concílio Ecumênico de Constantinopla. Assim Santo Inácio escreveu: "Onde quer que se apresente o Bispo, ali esteja também a comunidade, assim como a presença de Cristo Jesus nos assegura a presença da Igreja Católica"(Inácio aos Esmirniotas - 107 DC)
Em 381 realizou-se o Concílio Geral de Constantinopla, que repetiu a fórmula Igreja Católica, professando: "Creio na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica". O Concílio nada inovou; apenas reiterou a fórmula antiga, provando que já naquele inicio do Cristianismo a Igreja já era conhecida por católica.

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