Intercessão é o ato de interceder, pedir, rogar, suplicar por outrem ou a favor de alguém.
Nós católicos acreditamos ser possível obter a intercessão por intermédio tanto das pessoas vivas como falecidas, enquanto os Protestantes aceitam a intercessão das pessoas vivas.
Lutero, no item 26 das suas teses diz: “O papa faz bem em conceder remissão às almas não pelo poder das chaves (poder que ele não possui), mas através da intercessão”, e no item 28: “É certo que quando uma moeda soa, cresce a ganância e a avareza; mas a intercessão (suffragium) da Igreja está unicamente na vontade de Deus”.
Vemos que desde o ponto de partida dos protestantes (aqui uso: crentes e evangélicos), admitem a intercessão.
Os Protestantes recusam a intercessão repetindo 1 Tm 2,5: “Porque há um só Deus e há um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, homem”.
Sabemos disso. Porém, entenda-se mediador da redenção conforme 1 Tm 2,5-6. Isso não impede que se façam intercessões junto a Deus ou a Jesus Cristo. As nossas orações não são dirigidas a Deus? Deus não as escuta? Ora, as orações são também intercessões. De qualquer forma, pedir a intercessão dos mortos é recomendado, não é proibido nem é pecado, porém, se as intercessões serão ou não atendidas, depende, obviamente, da vontade de Deus.
O certo é que Deus não nos proibiu de pedir a intercessão em favor próprio ou de outrem por intermédio de pessoas vivas ou mortas.
Algumas passagens bíblicas onde a intercessão está presente:
Na fuga do Egito quando o povo impaciente adorou o bezerro de ouro, foi Moisés que por sua intercessão evitou que Deus o exterminasse. (Ex 32, 7-14; Sl 106/0105.23)
A pedido do faraó, Moisés intercede ao Senhor e afasta as rãs da sua pessoa e da sua casa (Ex 8,9).
Moisés intercedeu ao Senhor e afastou as moscas do faraó, de seus servos e de seu povo (Ex 8,29).
Maria intercede junto a Jesus quando faltou vinho nas bodas de Caná (Jo 2,3ss).
Paulo ao escrever a Timóteo e aos fiéis de Colossos comenta que faz orações por eles (Col 1, 1-9).
Também em I Tm 2, 1-4 vemos que Paulo recomenda que se façam preces, orações, súplicas, ações de graças por todos os homens, e acrescenta que isto é bom e agradável diante de Deus.
Quando Paulo, Silvano e Timóteo escreveram para a Igreja dos tessalonicenses, falam nas suplicas que fizeram por eles (II Ts. 1,11), e em II Ts. 3,1, pedem oração para si, com também está em Hb 13,18, e ainda Tiago em sua carta 5,16.
Até um condenado no inferno pode pedir a intercessão dos Santos pelos outros. É o caso da parábola do rico e do pobre Lázaro: O rico, lá do inferno, PEDIU POR SEUS IRMÃOS para que não caíssem naquele abismo. E repare bem: o rico pediu a ABRAÃO, não pediu a Deus. Jesus está mostrando que se pode pedir aos Santos (Lc 16, 23-25.27).
Temos, ainda, Ap 6, 9-10; Jr 14,11;15,1; 2Mc 39-45 e Lc 23,43 indicando a presença de Santos no céu ou no purgatório.
Destarte, essa recusa dos Protestantes em aceitar a intercessão dos mortos não tem nenhuma procedência.
Você nunca passou por uma dessas experiências em que um protestante se oferece para interceder a Deus por você? Quantas vezes ouvimos de nossos amigos protestantes dizer um para o outro: “irmão, ore por mim”? E então, se eles podem, porque não Maria e todos os Santos que além de já se encontrarem no céu, bem pertinho de Deus, sem nenhuma dúvida são melhores do que eles e do que todos nós!
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