Falta também aos Protestantes, melhor compreensão sobre o Batismo.
A primeira condição para aqueles que saem da Igreja Católica e ingressam nas outras cristãs, é a realização de novo Batismo. E com que facilidade aceitam.
Começamos por aqui: “Há um só Senhor, uma só fé, um só Batismo”. (Ef 4,5)
Ninguém pode ser batizado duas vezes. O primeiro é que vale. Há um só Batismo, no dizer de São Paulo. Não dois ou mais.
E não importa a idade: crianças e adultos podem e devem ser batizados.
Um dos argumentos usados pelos protestantes é que Jesus foi batizado adulto e por imersão. Primeiro, o Batismo pelo qual passou Jesus não foi, evidentemente, o mesmo que ele veio a instituir posteriormente, mas o de João que na água, tinha um sentido simbólico e não perdoava os pecados. Além do mais, Jesus sendo Deus era sem pecado, e por isto nem precisava de Batismo. Isto já bastaria para acabar com essa falsa informação de que só o adulto pode ser batizado.
Na Bíblia nada consta que este Sacramento seja reservado somente para adultos nem que, obrigatoriamente, tenha que ser por imersão, isto é, mergulhando a pessoa no rio ou em qualquer água. Mas contém diversas citações que levam a compreender o Batismo de crianças e sem qualquer mergulho.
Veja, por exemplo, o batizado do carcereiro convertido narrado em At 16,33: “Então, naquela mesma hora da noite, ele cuidou deles e lavou-lhes as chagas. Imediatamente foi batizado, ele e toda a sua família”.
Duas provas: ao batizar toda a sua família, significa todos, sem exceção: marido, mulher, parentes, e filhos, com toda a certeza, crianças também. E no cárcere não havia nenhum rio ou piscina. Logo, não houve imersão, mas aspersão. Aspersão significa borrifo, respingo.
Também o Batismo de Lídia em At 16, 14-15: “Foi batizada juntamente com a sua família”; e de Estéfanas em 1Cor 1,16: “Aliás, batizei também a família de Estéfanas”. Sem dúvida alguma junto com a família estavam os filhos, as crianças.
Saulo foi batizado numa casa de Damasco onde não havia rio, piscina nem tempo para procurar algo parecido, já que o seu Batismo foi muito rápido (At 9, 18-19)
E o Batismo do eunuco etíope feito pelo Diácono Filipe? Não havia também no local rio ou piscina. (At 8, 36-38).
Não esqueçamos que Jesus impôs como condição para a salvação, o “renascer da água e do Espírito Santo”. Só para adultos? Evidentemente que não, mas também para as crianças. Ou será que só os adultos é que têm direito de renascer da água e do Espírito Santo?
Fora da Bíblia também encontramos testemunhos importantes que comprovam que o Batismo de crianças na Igreja Católica está certíssimo e era praticado desde o tempo da primitiva igreja.
Em muitos estudos a respeito do assunto encontramos referências a documentos de escritores antigos, dos primeiros séculos. Mas reconheço no site da Igreja Adventista Livre, do pastor Bispo Ildo Mello, um importante registro sobre o Batismo de crianças, apontando os autores já conhecidos como Irineu, Orígenes e outros[1].
Justino Mártir (130 d.C. -Apol.I.15), Irineu (180), Orígenes (230), diziam que batizavam crianças (Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, v. 1, p. 157).
Irineu, que foi discípulo de Policarpo, um discípulo do Apóstolo João, foi batizado quando criança. Ele afirmou: "A Igreja aprendeu dos Apóstolos a ministrar o Batismo a crianças" e, em 180 d.C., Irineu afirma também que “Jesus veio para salvar a todos que são renascidos através dele em Deus: recém nascidos, crianças, adolescentes, jovens e adultos” (Adv. Haer., livro II, 22.4; 39). O termo “renascidos”, para os pais da Igreja, é termo técnico para o “Batismo”.
Na Constituição Eclesiástica de Roma, formulada por Hipólito em 215, encontramos a frase: “Primeiro devemos batizar os pequenos. Todos que podem falar por si mesmos. Para aqueles que ainda não sabem falar, falem seus pais ou alguém que pertença à família” (Const.Ecl. XVI, 4).
Orígenes, que foi o mais completo conhecedor da Bíblia entre os escritores da Igreja primitiva, nascido na Grécia no ano de 185 d.C, cujo avô e bisavô eram cristãos quando os Apóstolos ainda eram vivos, em seu comentário à carta de Romanos, afirma: “A Igreja recebeu dos Apóstolos a tradição de batizar também os recém nascidos” (Epist. ad. Rom. Livro V, 9 Hom. in Lev., VIII. 4). Sabemos também que o próprio Orígenes foi batizado quando criança.
Ireneu de Lião (sec III) considera óbvia a presença de "crianças e pequeninos", entre os batizados em geral (Contra as Heresias II,24,4;).
Hermas, contemporâneo do Apóstolo Paulo (Veja Rm 16.14), fala de crianças que receberam o selo do Batismo, nestas palavras: "Ora, esse selo é a água do Batismo".
Clemente, que viveu com o Apóstolo Paulo (Fl 4.3), aconselhava os pais: "Batizai os vossos filhos e criai-vos na disciplina e correção do Senhor".
O "Didaqué" (manual da Igreja Antiga, também conhecido como doutrina dos doze Apóstolos) prescreve o Batismo de crianças.
Cipriano afirma que o Batismo de crianças era prática comum dos cristãos. Em 258, ele escreve: "Do Batismo e da graça não devemos afastar as crianças" (carta a Fido).
No século III , um sínodo do Norte da África determinou que era permitido batizar as crianças "já a partir do segundo ou terceiro dia após o nascimento" (Epístola 64 de São Cipriano).
O Concílio de Cartago recebeu consulta se era lícito batizar crianças antes de oito dias. O que significa que a prática do Batismo infantil após o oitavo dia de vida era comum.
Agostinho dizia: "Desde a Antigüidade a Igreja tem observado o Batismo infantil" e ainda, "O costume de nossa Igreja mãe de batizar crianças não deve ser desconhecido nem tido como desnecessário; nem se deve crer que seja algo mais do que uma ordenança que nos foi entregue pelos Apóstolos" dizia ainda: Não foi instituído por concílios mas sempre esteve em uso".
No mesmo estudo encontramos uma manifestação de Lutero censurando um segundo Batismo: “Lutero, no entanto, condenou o rebatismo duramente. Para ele, quem rebatiza um adulto batizado como criança“blasfema e profana o sacramento em sumo grau” (Catecismo Maior IV, 55)”.
Lembra ainda o mesmo autor que “O Batismo é símbolo da nova aliança da graça, do mesmo modo que a circuncisão era símbolo da velha aliança”.
De fato, se as crianças de Israel eram circuncidadas no oitavo dia, portanto, bem criancinhas, cujo gesto era condição para a salvação Lv 12,3, tendo um sentido bíblico equivalente ao Batismo de crianças.
Por sinal, o próprio Jesus foi circuncidado no oitavo dia conforme Lc 2,21. Compare: Jesus “batizado” adulto, e circuncidado criança.
Tenha-se em conta também que o Batismo perdoa o pecado original, e o pecado original já está na criança. Logo, as crianças têm direito ao Batismo para que desde então recebam a graça santificante livrando-se do pecado original.
E a forma de se ministrar este Sacramento, já o catecismo dos Apóstolos, o Didaqué, considerado o primeiro catecismo da Igreja Católica existente entre os anos de 60 a 90, no capítulo VII já previa, derramando-se água por três vezes sobre a cabeça do batizando. Veja: no primeiro século do Cristianismo, poucos anos após a morte de Jesus.
Em assim sendo, confirma-se que é possível o Batismo de criança e também que esse sacramento pode ser imposto usando a água tanto por imersão como por aspersão. Ambos são válidos.
”Ide, pois, e ensinai a todas as nações;
batizai-as em nome
do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
(Mt 28,19).
Se um católico passa para a igreja evangélica e é batizado de novo ele peca?
ResponderExcluirPrimeiramente, não existe dois batismos. O batismo é um só. Uma vez batizado corretamente, batizado para sempre. Portanto, aquele que deixa de ser católico para aderir a qualquer religião "evangélica" já tendo recebido o batismo na Igreja Católica NÃO PRECISA MAIS SER BATIZADO. Assim também, se um "evangélico" opta pela Igreja Católica, também não precisa mais ser batizado. Logo, o segundo batismo não tem nenhuma validade.
ExcluirCom relação a pecado, se a pessoa tinha pleno conhecimento da validade do batismo na Igreja Católica e aceita batizar-se em qualquer denominação protestante, comete sim pecado. Fique com Deus.