quinta-feira, 19 de maio de 2011

O ECUMENISMO

        “Promover a restauração da unidade entre todos os cristãos é um dos principais propósitos do sagrado Concílio Ecumênico Vaticano II. Pois Cristo Senhor fundou uma só e única Igreja. Todavia, são numerosas as comunhões cristãs que se apresentam aos homens como legítima herança de Jesus Cristo. Todos, na verdade, se professam discípulos do Senhor, mas têm pareceres diversos e caminham por rumos diferentes, como se o próprio Cristo estivesse dividido. Esta divisão, porém, contradiz abertamente a vontade de Cristo, e é escândalo para o mundo, como também prejudica a santíssima causa da pregação do  a toda a criatura”[1] (nº 1). Assim inicia o Decreto Unitatis Redintegratio sobre o Ecumenismo, um dos documentos do Vaticano II.

            A idéia do ecumenismo surgiu como inspiração Divina pelo poder do Espírito Santo, interessando a todas as Igrejas cristãs,[2] nos reanimando para uma convivência fraterna com nossos irmãos cristãos, porém, sem perder a certeza de ser a Igreja Católica a depositária da fé e dos ensinamentos apostólicos cristãos como una, santa, católica e apostólica, procurando cumprir os preceitos evangélicos ensinados por Nosso Senhor Jesus Cristo, “que devem ser expostos com clareza sem nenhum detrimento à pureza da doutrina católica” cf. nº 11 do Decreto UR).

            O CIC 816 cita: “O Decreto sobre o Ecumenismo, do Concílio Vaticano II, explicita: “Pois somente através da Igreja Católica de Cristo, ‘auxílio geral de salvação’, pode ser atingida toda a plenitude dos meios de salvação. Cremos que o Senhor confiou todos os bens do Novo Testamento ao único Colégio Apostólico, à cuja cabeça está Pedro, a fim de constituir na terra um só Corpo de Cristo, ao qual é necessário que se incorporem plenamente todos os que, de alguma forma, já pertencem ao Povo de Deus”.

            E no pronunciamento que o Papa fez aos Bispos do Brasil, em visita in limina[3] em 5/9/95,[4] afirmou também: “Já tive ocasião de comentar (sobre o ecumenismo) mesmo recentemente, que “não se trata de modificar o depósito da fé, de mudar o significado dos dogmas, de banir deles palavras essenciais, de adaptar a verdade aos gostos de uma época, de eliminar certos artigos do Credo com o falso pretexto de que hoje já não se compreendem. A unidade querida por Deus só se pode realizar na adesão comum ao conteúdo integral da fé revelada”

            Revela-se, então, que o esforço ecumênico não significa uma renúncia à verdade manifestada na Igreja Católica.

Considere-se, também, que a proposta ecumênica é dirigida principalmente às Igrejas cristãs abertas ao diálogo, como a Igreja Ortodoxa do Oriente, a Anglicana da Inglaterra e as tradicionais e históricas Igrejas descendentes do Protestantismo. Não fazem parte do plano ecumênico pela incompatibilidade doutrinária, as crenças ou filosofias reencarnacionistas e seitas radicais mesmo que cristãs, embora sejam toda bem-vindas  ao diálogo.

            Tomem-se, portanto, cuidados para evitar incompreensões ou abusos nos encontros ecumênicos, com atenção particular aos chamados “Cultos Ecumênicos” que deverão ser sempre orientados e presididos pela Igreja Católica conforme dispuserem as orientações diocesanas. 
[1] DECRETO UNITATIS REDINTEGRATIO SOBRE O ECUMENISMO*
[2] algumas Iigrejas da linha protestante, principalmente grande número de seitas, não aceitam o ecumenismo.
[3] Visita a que todos os Bispos que têm o encargo de uma diocese devem fazer a Roma para “venerar os sepulcros dos santos Apóstolos Pedro e Paulo, e apresentar-se ao Papa”.
[4] Carta enc. Ut unum sint, 18.

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