sexta-feira, 20 de maio de 2011

A SANTA MISSA

       A Santa Missa não é apenas um culto, mas acima de tudo um ritual. Um ritual onde se presencia e se participa da mesma morte e ressurreição de Jesus Cristo. Na Missa nós nos colocamos diante daqueles mesmos acontecimentos de dois mil anos atrás quando o Mestre e Salvador sofreu escárnios de seus algozes, morreu na cruz e ressuscitou.
          A Missa é um “Ato solene com que a Igreja comemora o sacrifício de Jesus  Cristo pela humanidade”. É o sacrifício incruento do Corpo e do Sangue de Nosso Senhor Jesus  Cristo oferecido no altar, o mesmo Sacrifício da Cruz, para adorar e glorificar a Deus, para obter o perdão dos pecados, para pedir graças e favores pessoais e em favor dos fiéis defuntos.
  É chamada também de Celebração Eucarística porque nela Jesus, pela transubstanciação, se torna presente na hóstia consagrada em Corpo, Alma e Divindade, tornando-se alimento espiritual na Santa Comunhão.

A Santa Missa é celebrada para Deus Pai onde Jesus Cristo é o sumo sacerdote, o Celebrante da Eucaristia, na pessoa do ministro ordenado Bispo ou Presbítero, e o seu alcance é infinito. Junto com Jesus Cristo nós, por Ele, igualmente nos oferecemos ao Pai, motivo pelo qual já não se fala mais em assistir, mas em participar da Santa Missa.
 No ofertório, o celebrante cedendo os seus sentidos à vontade de Jesus prepara o pão sobre a patena rezando em silêncio: Bendito sejais, Senhor, Deus do universo, pelo pão que recebemos de vossa bondade, fruto da terra e do trabalho humano, que agora vos apresentamos, e para nós se vai tornar pão da vida”, ao que a assembléia responde: “Bendito seja Deus para sempre!”.
 Prosseguindo, o sacerdote toma o cálice com vinho e reza: Bendito sejais, Senhor, Deus do universo, pelo vinho que recebemos de vossa bondade, fruto da videira e do trabalho humano, que agora vos apresentamos e que para nós se vai tornar vinho de salvação”, com a mesma resposta da Assembléia: “Bendito seja Deus para sempre!”
 Humildemente continua o sacerdote rezando: De coração contrito e humilde, sejamos, Senhor, acolhidos por vós; e seja o nosso sacrifício de tal modo oferecido que vos agrade, Senhor, nosso Deus”.
 Concluídas as preces do oferecimento, a assembléia é convidada a uma das preces opcionais, a exemplo da seguinte: “Orai, irmãos e irmãs, para que o nosso sacrifício seja aceito por Deus Pai todo-poderoso”, com a seguinte resposta:  “Receba o Senhor por tuas mãos este sacrifício, para glória do seu nome, para nosso bem e de toda a santa Igreja.”
 Sente-se, assim, já no ofertório, a emoção pela preparação da entrega a Deus das oferendas do pão e vinho que irão se transformar no Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.É o preparativo para o grande momento da presença real de Jesus Cristo no Altar – Mesa do Sacrifício. Lembra o convite que Jesus fez aos Apóstolos para a sua ceia, todos se preparando ao redor da mesa para o ápice do encontro. 
 Seguindo o ritual, já com a mesa (altar) preparada, Jesus na pessoa do sacerdote, pede ao Pai que abençoe as oferendas obtendo da assembléia a seguinte resposta: ”Abençoai nossa oferenda, ó Senhor!”. Aproveitando do momento, continua o sacerdote pedindo pela Igreja com a resposta da assembléia: Conservai a vossa Igreja sempre unida!”,  pelos filhos e filhas vivos e todos os que circundam o altar com a resposta da assembléia: “Lembrai-vos, ó Pai, de vossos filhos!”, pela virgem Maria e pelos santos Apóstolos e mártires com quem nos encontramos em comunhão, com a resposta da assembléia: “Em comunhão com toda a Igreja aqui estamos!”, cujas preces serão adotadas conforme estabelecer o Diretório Litúrgico e/ou o Missal Romano.
 Após o pedido do sacerdote para que o Pai receba as oferendas e as santifique para que se tornem para nós o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo,  passa a acontecer o milagre da presença de Jesus com a oração eucarística própria, quando são repetidas as mesmas palavras de Jesus ditas ao redor da mesa aos seus Apóstolos, pegando o pão: “Tomai,  todos, e comei: isto é o meu corpo, que será entregue por vós”, e depois o vinho: “Tomai, todos, e bebei: Este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por vós e por todos para remissão dos pecados. Fazei isto em memória de mim.”
 Pronto. Realizado o milagre. Presente Jesus na hóstia consagrada, vivo, verdadeiro, de forma real. Não como um “faz de conta” ou “pode ser que seja”, mas de verdade porque Ele mesmo afirmou taxativamente: Isto é o meu corpo, este é o cálice do meu sangue. É um mistério de fé. O pão continua com o sabor de pão, e o vinho com o sabor de vinho, mas essencialmente, milagrosamente, é Jesus que está presente e que aceitamos porque acreditamos na afirmação de Jesus. É uma questão de fé!
Verdadeiramente é o sacrifício de Jesus, agora incruento. É a preparação de Jesus para o seu sacrifício lembrando a entrega de seu corpo e de seu sangue para a morte de cruz que não fica na sua morte, mas que culmina com a sua ressurreição.
 Daí porque a Santa Missa, embora passe pelos momentos tristes da morte de Jesus, termina com o Cristo Vivo, ressuscitado, presente em nosso meio e em nossa vida. É por isto que os católicos, ao contrário das acusações protestantes, não deixando de lembrar os sofrimentos de Jesus e a sua morte, alegremente cantam e glorificam o Senhor pela Ressurreição, não por um Jesus morto, mas vivo e real que no banquete da Santa Comunhão nos permite entrar em comunhão com Ele.
 A primeira Missa, aquela que se tornou eterna, foi celebrada pessoalmente por Jesus na ceia em que instituiu a Eucaristia. Após a sua ressurreição, as Missas continuaram a acontecer, principalmente aos domingos. Compreende-se melhor, agora, o porquê do capítulo anterior “A Eucaristia não é uma simples ceia” como aquela das religiões ou seitas protestantes onde o pão e o vinho permanecem como tais sem o milagre da transubstanciação, nem pelo mistério da fé, porque os seus pastores não estão revestidos do sacerdócio de Cristo pela ordenação ministerial concedida por Jesus aos Bispos e Presbíteros (padres) católicos (os Diáconos também são ordenados, mas não para o sacerdócio, e por isso não consagram). A ceia dos cultos protestantes serve apenas como lembrança ou gesto simbólico de Jesus Cristo, sem a sua presença real.
 É preciso, respeitosamente, reagir contra as acusações falsas e pecaminosas dos protestantes de que os Católicos adoram um Deus morto, quando, de verdade, o Deus dos Católicos é inegavelmente o Deus único de todos, porém, não somente vivo, mas presente de forma real na Eucaristia, o que não acontece nos seus cultos.  
 Alguns testemunhos eloqüentes sobre o valor da Santa Missa dados por alguns Santos dos primeiros séculos:
 Santo Agostinho: "Na hora da morte, as Missas, às quais tiveres assistido, serão a tua maior consolação. Um dos fins da Santa Missa é alcançar para ti o perdão dos teus pecados. Em cada Missa, pois, podes diminuir a pena temporal devida aos teus pecados, pena essa que será diminuída na proporção do teu fervor. Será ratificada no céu a bênção, que do sacerdote receberes na Santa Missa. Assistindo-a com devoção, prestas a maior das  honras à Santa Humanidade de Jesus Cristo"
São Jerônimo: "Cada Missa a que assistires, alcançar-te-á no céu maior grau de glória. Serás abençoado em teus negócios  pessoais e obterás as graças, que te são necessárias"
Santa Madiltes: "Todas as Missas têm um valor infinito, pois são celebradas pelo próprio Jesus  Cristo com uma devoção e amor acima do entendimento dos anjos e dos homens, constituindo o meio mais eficaz, que nos deixou Nosso Senhor Jesus  Cristo, para a salvação da humanidade"
São Lourenço (Diácono): "Nenhuma língua humana pode exprimir os frutos de graças, que atrai o oferecimento do Santo Sacrifício da Missa".
         São Tomaz de Aquino: “O martírio não é nada em comparação com a Santa Missa. Pelo martírio, o homem oferece a Deus a sua vida;  na Santa Missa, porém,  Deus dá o seu Corpo e o seu Sangue em sacrifício para os homens. Se o homem reconhecesse devidamente esse mistério, morreria de amor".
         São João Batista Vianney: "Agradeçamos, pois, ao Divino Salvador por ter-nos deixado este meio infalível de atrair  sobre nós  as  ondas da divina Misericórdia'.
São Francisco de Assis: "Sinto-me abrasado de amor até o mais  íntimo do coração pelo santo e admirável Sacramento da Santa Missa e  deslumbrado  por essa  clemência tão caridosa e tão misericordiosa de Nosso Senhor, a ponto de considerar grave  falta, para quem, podendo a assistir a uma Missa, não o faz".
         E a Bíblia:
“Perseveravam eles na doutrina dos Apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas orações.” (At 2, 42)
Unidos de coração freqüentavam todos os dias o templo. Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e cativando a simpatia de todo o povo. E o Senhor cada dia lhes ajuntava outros que estavam a caminho da salvação.” (At 2, 46-47)
No primeiro dia da semana,(domingo) estando nós reunidos para partir o pão, Paulo, que havia de viajar no dia seguinte, conversava com os discípulos e prolongou a palestra até a meia-noite.” (At 20,7)
Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai e comei, isto é meu corpo. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos, porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados”. (Mt 26, 17-29; Mc 14, 12-25; Lc 22, 7-23; Jo 13, 1-4.18-30)
“Eu recebi do Senhor o que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim. Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que venha”        (1 Cor 11, 23-26).
A Missa é um preceito que o Católico deve cumprir no mínimo aos domingos e dias santos de guarda, sob pena de pecado grave, salvo se faltar por motivo de força maior.
No 3º Mandamento da Lei de Deus: “Guardar os domingos e festas” (no AT o sábado, mudado para domingo pelo próprio Jesus)
No 1º Mandamento da Igreja: “Participar da Missa inteira nos domingos e festas de guarda”
         Participar da Santa Missa, portanto, não deve significar um peso, um encargo imposto, mas um momento de alegria, de conversão, de confraternização, de encontro da comunidade com Deus e com os irmãos juntos com Jesus Cristo, fonte de todas as graças e bênçãos, ato litúrgico que alimenta a alma e fortalece a fé.
O Catecismo da Igreja Católica ensina no §1374 que “O modo de presença de Cristo sob as espécies eucarísticas é único. Ele eleva a Eucaristia acima de todos os sacramentos e faz com que da seja "como que o coroamento da vida espiritual e o fim ao qual tendem todos os sacramentos". No santíssimo sacramento da Eucaristia estão "contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e o Sangue juntamente com a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo" . "Esta presença chama-se 'real' não por exclusão, como se as outras não fossem 'reais', mas por antonomásia, porque é substancial e porque por ela Cristo, Deus e homem, se toma presente completo."[1]
         Quem participa das Missas dominicais e se possível nos demais dias da semana com verdadeira consciência cristã, confiança e certeza da sua fé, estará assegurando para si a vida eterna no Reino dos Céus, e jamais será tentado a mudar de religião, e se tentado, certamente resistirá e perseverará (São Mateus 24,13).  

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